Ensina-me a fazer renda que eu te ensino a namorar, pois estou farto dessa vida onde tu viajas e só aparece uma vez por ano. Chega em casa, abre a porta com a única chave que te dei, uma em meio a tantas outras chaves de lares alheios, se senta à mesa com ar de Lord inglês e só faz perguntas retóricas, onde fui, quanto ganhei, com que gastei. Se olhar bem a feijoada completa está só água, a sua cachaça que tanto gosta já se evapora, o plano médico agora é só ortopédico visto estarmos só osso com tudo isso, o plano dentário está banguela como aquelas de sua estrada e a casa que essa chave abre, tão logo, já não haverá mais. Então, pare agora com suas perguntas, pois não vou declarar mais nada. Você diz que mudou, que não tributa mais pólvora, nem igreja, mas qual a sua Receita no meio de tanta infâmia nessa festa atual tão estranha? Faz juras de amor para nefastos e agora quer vir comer picanha? Nem se assanha! Bem, ensina-me a fazer renda que te ensino a namorar, pois amor ainda é troca de olhares, ainda é poesia dita ao pé do ouvido, ainda é o franzir da testa e dos olhos levemente fechados, após uma história engraçada e um sorriso largo, ainda é e pode ser tanta coisa boa, jamais nessa sua bolha. O Amor ainda é o peso leve de mãos sobre as mãos, mas jamais será a mão leve da velha bandalheira, caricias que só se fazem com as mãos, não como as que você sempre faz, com única intenção de só  "fodeção".

Sem mais, despeço mui cordialmente,

Contri Buinte