O Nome da Rosa
Qual o nome da rosa, que abandonada semimorta, volta dentro de uma garrafa querendo ser uma mensagem, apenas uma mísera poesia ao vento
Não sei por onde achei, nem sei se era vazio como um início
Nem sei como te achei, se até do chão estava desprovido
Não sei se és um anjo trajando saia sobre o abismo
Nem sei se és parte de meu caminho perdido
Quiçá seja uma tirana me sequestrando a atenção
Quiçá seja bela, puramente bela, sem estrofe,
Escrita em verso e prosa, recitada em trova e reza
Sou andarilho, confesso
Vago pelo mundo carente de destino,
Mundo com tantos atalhos, todos visíveis,
Mas prefiro os caminhos longos dos antigos viajantes,
Sem que embora antes soubessem onde parar
Mas que buscam em cada pousada
Uma paisagem a olhar
Não sei se é exagero, se o céu desceu à terra sem libido
Nem sei se é pecado que agora é o fruto já permitido
Não sei se é véu toda a poesia em seu semblante
Nem sei se é antes apenas a paisagem de um viajante
Quiçá seja a mente que te cria que domina a criatura que te imagina
Quiçá sejam palavras ao acaso colocadas em qualquer papel pardo
Talvez seja a escrita em uma garrafa lançada ao mar
Indecifrável de tanto viajar
Sou navegante, confesso
Viajo pelo mundo carente de destino
Mundo com tantos atalhos, todos visíveis
Mas prefiro o oceano aberto dos antigos navegantes
Sem que embora antes soubessem onde atracar
Deixando em cada praia
Uma mensagem a ser lida
Ou uma garrafa ao mar
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