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Confesso: Milan Kundera

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Confesso: já tive uma paixão platônica por Milan Kundera. Não, foi um amor a primeira virada de página, em que se acrescenta a umidade da ponta da língua como via para uma paixão legítima. Apresentado por minha grande amiga Sandra Bomfiglio, o escritor me cativou antes de entender sua filosofia, antes que a história pudesse ser apresentada para curiosidade. Pois, as palavras pareciam meticulosamente colocadas, mesmo na mais absoluta liberdade. Assim o mundo pensa quando se coloca a liberdade como algo sem regras, mas são as regras sua essência verdadeira. Dessa forma, é o peso necessário a se carregar se quiser voar, e desde então, penso fazer o mesmo, sem sucesso.

Havia peso, havia corpo, não havia apenas a cama, mas o desejo do sono compartilhado. A leveza é insustentável, assim como a vida sem preenchimentos. A partir disso, tudo que te retorna é só um nada que te persegue e passa a ser perseguido. Todavia, é um círculo vicioso e denso que te presume incapaz e te prende até não querer mais. Por conta disso, suas asas diminuem a intensidade e não se encontra o motivo para olhar o horizonte. Contudo, há os sonhos e os sonhadores vivem sob olhares imaginários dos ausentes, vagando num mundo cheio de vazios na esperança de Ser. Mesmo que sofram quando a realidade se dissocia do desejo, não se importam com esse contrapeso que vos permitem voar.

Milan Kundera é a alteração da lógica simplista, pois emana filosofia em palavras múltiplas de inúmeros sentidos. Ora compaixão não se resume a piedade, mas te faz co-existente em outro. Ora o corpo encontra o peso necessário na vida de outro e sem ele tudo parece só vazio. Assim vivemos sob esse signo e destinado a entender o que nos cerca de forma completa. Logo, temos a nitidez de que tudo vive em sinergia e com diversas alternativas. Portanto, ao ver que aquele Amor de Verão não volte, faça-se um amor em palavras, quem sabe, numa Primavera em Praga.

About Luciano Bueno Duran

Escritor e Artista Visual.
Está com o pré-lançamento do primeiro livro, Ico e Eco. 2 Heróis Sem Tesão. Já publicou duas poesias em duas Antologias: 1.001 Poetas Contemporâneos (Poema A Montanha Mágica) e Poemas Marítimos (Poema Carta ao Mar).
Colunista do site UM BLOG QUALQUER onde escreve semanalmente a coluna SUJEITO OCULTO.
Realizou a Exposição de Fotos e Poesia ETERNA BUSCA, no Ateliê Casa da Árvore , em Olinda - PE.

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