Tempo
O dança entre a vida e seu parceiro delicado, encaixando sonhos e propósitos. A poesia não esclarece nem sugestiona alternativas, só passa diante dos seus olhos
Lógico, a hora decorre
Sóbrio, o minuto passa
Ébrio, o segundo separa
Em antes e o depoisO tempo limita o novo
Que sugere o princípio
Em que se justifica os meios
Para um dia sempre corridoO nada, é o mês que não transforma
Em talvez, são os sonhos de um ano que some
Em tudo, é a década que se discorda
E fica tudo para depois,
O certo e o errado,
O santo e o iníquoGanha-se, parte-se
Sobrevive-se em uma eterna guerra
O tempo se esvai, entrincheira-se entre suas próprias sobras
A vida se esvazia, torna-se molas de outras vidas e cólerasPara o horizonte sempre se caminha
Procurando atingir ao nariz
Sobre as costas
O tempo passa
Se encosta
E pesa
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